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O amanhã pertence àqueles que se preparam hoje


Os provérbios, na sua essência, também recordam que a responsabilidade de “fazer acontecer” pertence a cada um de nós, enquanto agentes de um percurso que nos pertence. Há quem atribua o que de bem e/ou mal lhe acontece a uma roleta russa onde se joga a sorte e o azar. Na minha modesta opinião será mais sensato e seguro manter uma rota e deixar o aleatório para outras modalidades.

Já escrevi aqui sobre a incógnita parcial que é o amanhã, enquanto período de tempo que está para chegar. Sublinho, à minha responsabilidade, a palavra parcial. Por muito que essa ideia nos custe a interiorizar, uma significativa parcela do nosso amanhã depende do que for planeado e executado hoje.

Quem me conhece sabe o quanto aprecio a obra de Peter Drucker. Uma frase da sua autoria resume de forma excelente este provérbio que hoje partilho: “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”.

Construir o nosso destino depende do que for arquitectado por cada um de nós. Definir objectivos claros em função do que são as nossas expectativas e necessidades, no seguimento de uma análise fina à etapa em que estamos, é um alicerce seguro. A partir da definição de objectivos fica sempre muito mais fácil elaborar um plano de acção que nos conduza ao seu cumprimento. É certo que em várias circunstâncias lidaremos com imponderáveis, porém já “basta a cada dia o seu mal”. Não ter plano algum ou permanecer na inércia à espera que alguém “faça acontecer” por nós é que é um erro crasso.

A partir do momento em que temos uma rota definida até os imponderáveis podem ser percepcionados como desafios a superar, num registo de teimosia e/ou de energia suplementar pois o nosso foco está no objectivo.

O amanhã já começou hoje, essa é uma verdade irrefutável. Vivemos numa sequência cronológica e os “resets” são uma coisa apenas para as máquinas. Por muito que apreciássemos em certos momentos apagar o histórico, essa é uma condição que não nos assiste.

Deixar para amanhã, e para amanhã, e ainda para amanhã faz-nos adiar a cada dia o que de melhor desejamos alcançar. Mesmo que no hoje ainda sejam residuais as condições, ou estejamos em modo de baixa bateria, assiste-nos a responsabilidade de contribuir o possível, que está ao nosso alcance, para a mudança.

Declinar as roletas e deixar de lado a autocomiseração podem ser pontos a favor nesta tarefa de preparar o amanhã. A partir de hoje, a partir de agora.

Lisboa, 1 de Agosto de 2018



Este artigo foi escrito ao abrigo do antigo Acordo Ortográfico

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